quinta-feira, 21 de abril de 2016

"As seras humanas" do Bloco


Sobre o assunto que tem estado na ordem do dia mais recentemente e que na comunicação social como nas redes sociais já "fez correr muita tinta", num capítulo do que é ser português que poderia intitular-se "simplesmente ridículo", destaco o artigo de Nuno Melo, hoje, no JN, o qual tem, precisamente, este título.
Vale a pena lê-lo todo, mas deixo aqui apenas alguns excertos:

Catarina Martins não gosta do cartão do cidadão. Acha-o atentatório da igualdade de género, sexista, discriminatório. E por isso o BE - extraordinário que é na definição da escala de prioridades políticas - propõe-se gastar milhões para que se escreva cidadania onde, ao que parece, o masculino oprime.
Alguém diga à coordenadora do BE para meter a mão ao bolso - não para relevo da despesa - mas simplesmente para agarrar no cartão que a identifica na função parlamentar. Verá que nele se lê "Cartão do Deputado", na expressão imposta pelo "Estatuto dos Deputados", que o BE aprovou sem rebuço. Em nenhum lado se lê "Cartão do Parlamentarismo" ou "Estatuto do Parlamentarismo"
(...) quando quiser usar da palavra notará que o Regimento da Assembleia da República só utiliza o substantivo masculino, no singular ou no plural, "Deputado" ou "Deputados". E no seu art.º 12º dispõe sobre "o presidente da Assembleia da República", que por acaso teve uma mulher, Assunção Esteves, no cargo, com a incumbência de dirigir os trabalhos e de substituir interinamente "o presidente da República", termo que a Constituição da República, por seu lado, exclusivamente consagra.Consta que o BE candidatou sem drama à função Marisa Matias, outra mulher. (...)
O impulso bloquista ajuda a perceber que o absurdo também tem votos. Mais grave, contudo, é saber-se que a proposta faz igualmente sentido ao PS. Não tanto porque o cartão tenha surgido por decisão do Governo do cidadão José Sócrates, que António Costa quererá ver longe da fotografia. Antes sim, porque um partido que foi fundador da democracia se mostra assim completamente subordinado a uma extrema-esquerda de que depende para sobreviver no poder, transfigurando-se ao ponto de fazer sua uma agenda ridícula, feita de nada. (...)

Ainda a este respeito, poderia, naturalmente,citar outros textos que vale a pena ler. O de Pedro Correia no Delito de Opinião, ou mesmo antes, em Fevereiro, o de Miguel Esteves Cardoso, no Público.
 Mas não é necessário. Enfim, depois do piropo, faltava agora isto. E o que, provavelmente, ainda nos falta ver...

(Entretanto, parece que nesta pretensão bloquista não alinha o PCP. Haja quem tenha bom senso, mesmo do lado da "geringonça". E haja paciência, de todos nós...)

Sem comentários:

Enviar um comentário