quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Poeta ou poetisa?


O feminino de "poeta" é "poetisa". Foi o que todos aprendemos e a verdade é que, apesar de tantas mudanças gramaticais, neste caso não houve qualquer alteração.
A questão é que, de há uns anos para cá, se começou a generalizar a designação de "poeta" mesmo no caso de se tratar de uma mulher; e generalizou-se a ideia (incorrecta) de que se trataria de um vocábulo uniforme quanto ao género. Desde então, e atendendo à espécie de "bagunça" que passou a ser o uso da língua, aceitando-se tudo e mais alguma coisa como certo, usam-se as duas opções e "poetisa" talvez esteja já a usar-se cada vez menos.
Responsável por isto é em grande medida a poetisa Sophia de Mello Breyner que, considerando a palavra  depreciativa, vá lá saber-se porquê, se intitulava a si mesmo "poeta", no masculino, contrariando as modas inversas, que defendem termos como "presidenta", ou "pilota".
Por mim, continuo a não conseguir ouvir dizer "a poeta" sem que se me ericem os pêlos, e jamais utilizo o termo referindo-me a alguém do género feminino. Chamem-me antiquada, se quiserem, mas não vou nestas "modernices", ou o que lhes quiserem chamar.
E não é por causa deste "deslize", que não considero Sophia uma das nossas melhores poetisas...

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