tag:blogger.com,1999:blog-84029778849679489442024-03-14T09:08:11.362+00:00Há-des cá virIsabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-29488827387149254742020-09-08T16:15:00.005+01:002020-09-08T16:17:05.025+01:00A cor do horto gráfico<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQl3OhFLNiQCYc_GUB1pYvo7vxzxTLz2JmVAYNuonLbf89gEzW05AgpWaZtyvqg-XWmLek8aMOIMPR9qlrDgBdP-1-R0-uFtqN7XeC_0xUAmRzW6bAAT4eAbs97q-2PvaMK-16K1FJPSpG/s1600/ao.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="406" data-original-width="492" height="330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQl3OhFLNiQCYc_GUB1pYvo7vxzxTLz2JmVAYNuonLbf89gEzW05AgpWaZtyvqg-XWmLek8aMOIMPR9qlrDgBdP-1-R0-uFtqN7XeC_0xUAmRzW6bAAT4eAbs97q-2PvaMK-16K1FJPSpG/s400/ao.jpeg" width="400" /></a></div>
<br />
Agora que está mesmo a começar um novo Ano Lectivo (e este promete ser bem <i>sui generis</i>), ainda a propósito da aberração do Acordo Ortográfico e de tudo o que ele implica no sentido do crescente aviltamento da língua, que vai sendo cada vez mais maltratada sem que ninguém pareça importar-se muito com isso, encontrei esta paródia no <i>Facebook</i> e resolvi transcrevê-la, apesar de desconhecer o seu autor, <i>porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, para um maior enriquecimento lexical, aqui ficam algumas das novas definições:<br />
<b>Violentamente:</b> viu muito devagar</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Presidiário</b>: ser preso diariamente<br />
<b>Detergente</b>: acto de prender seres humanos<br />
<b>Destilado</b>: do lado contrário a esse<br />
<b>Determine</b>: prender a namorada do Rato Mickey</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Testículo</b>: Texto pequeno<br />
<b>Pornográfico</b>: colocar no desenho<br />
<b>Coordenada</b>: que não tem cor<br />
<b>Assaltante</b>: um A que salta<br />
<b>Ministério</b>: aparelho de som de dimensões reduzidas<br />
<b>Piano</b>: Ano da descoberta de PI (3,14)<br />
<b>Halogéneo</b>: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Biscoito</b>: fazer sexo duas vezes<br />
<b>Coitado</b>: Vítima de coito</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Aspirado</b>: carta de jogar completamente maluca</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Bigode</b>: Duplo Deus britânico<br />
<b>Conversão</b>: Conversa prolongada</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Padrão</b>: Padre muito alto</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Barracão</b>: Proibida a entrada a cães<br />
<b>Barbicha</b>: bar frequentado por gays<br />
<b>Cleptomaníaco</b>: fan de <i>Eric Clapton</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Homossexual</b>: sabão em pó para lavar as partes íntimas</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-73103346082793425712020-07-13T15:09:00.002+01:002020-07-14T12:07:01.151+01:00"Chamar de" ou os erros virais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsKgn4ql6g2B6VUr1EExEDtgHR2OrTTjNhyphenhyphenAMCOfTwUB3WaSJXi6WQ5YsrhHFdf3gIcRqIKVckXEvZOb8R2QR5S2YX3RClCuOKVUdWgiS2e1LVZz2_DMkUR8HJC-IpZZyCXeum3Ud4_YI5/s1600/lingua_portuguesa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="376" data-original-width="497" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsKgn4ql6g2B6VUr1EExEDtgHR2OrTTjNhyphenhyphenAMCOfTwUB3WaSJXi6WQ5YsrhHFdf3gIcRqIKVckXEvZOb8R2QR5S2YX3RClCuOKVUdWgiS2e1LVZz2_DMkUR8HJC-IpZZyCXeum3Ud4_YI5/s400/lingua_portuguesa.jpg" width="400" /></a></div>
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<br />
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Hoje, é frequente ouvir-se, até entre gente letrada, o verbo chamar seguido da preposição "de", em exemplos como "chamou-me de parvo". Ora, em Português, chamamos alguma coisa a alguém e não chamamos alguém "de" alguma coisa. Não sei se será influência da variante brasileira, mas a verdade é que este uso se generalizou, tornando-se uma verdadeira praga, assim como no caso da expressão "pedir "em" namoro" em vez de "pedir namoro", vá lá saber-se porquê.</div>
<div style="text-align: justify;">
E apesar de haver muitos linguistas que consideram que, uma vez tornadas corriqueiras pelo uso frequente todas as possibilidades podem ser consideradas correctas - das quais, admitir que "corrimões", como plural de "corrimão", pode ser uma hipótese válida é apenas um dos mais aberrantes e ridículos casos - eu continuo a arrepiar-me cada vez que ouço alguém chamar outrem "de" o que quer que seja.</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-47292428234525201242020-04-26T15:26:00.005+01:002020-04-26T15:46:30.649+01:00Acordaram agora<div style="text-align: justify;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIUY7aPv-OZ-wuzXfdHT4PS_DvDDTB5UAi5B6EdHJbaKo7vZpPf6QllNfIc1g_uwUzIKXyJCane7LKzBQO-dnBS34tVPJL8kFJK0ObugGB0WOFOQsqAnNQlmuF-1eOlEMQx-7xVaPw9O80/s1600/escola+virtual.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIUY7aPv-OZ-wuzXfdHT4PS_DvDDTB5UAi5B6EdHJbaKo7vZpPf6QllNfIc1g_uwUzIKXyJCane7LKzBQO-dnBS34tVPJL8kFJK0ObugGB0WOFOQsqAnNQlmuF-1eOlEMQx-7xVaPw9O80/s400/escola+virtual.jpg" width="400" /></a></div>
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Há um ano, em Abril de 2019, a <i>Maria João Lopo de Carvalho </i>publicou um texto na Revista "Cais", que dizia o seguinte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Todos nós, se fizermos algum esforço de memória, nos lembramos de quem foi o professor que mudou a nossa vida, e há sempre um. De igual forma, a grande motivação para ser professoro século XXI é saber que há-de haver pelo menos um aluno a quem "nós, professores" vamos mudar a vida.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tenho para mim que os professores são heróis nacionais. E há muitos outros para além dos professores, sim, eu sei. Ando, no entanto, a repetir este justo elogio desde 1990, pois tenho uma profunda admiração por aqueles que conseguem o que eu não fui capaz. Não falo aqui das correntes reivindicações salariais dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de que os professores são devedores, isso são contas de outro rosário; falo do dia a dia nas escolas, matéria que conheço bem, não só como professora no ensino público e particular, como mãe, como integrando a equipa de educação da C. M. de Lisboa e, nos últimos quinze anos, como autora de literatura infanto-juvenil, o que me leva a visitar as escolas numa perspectiva diferente e bem mais romântica.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Muito se tem teorizado sobre o assunto, mas só quem "viveu" os corredores de uma escola consegue avaliar a dimensão do desafio. Dar aulas, hoje, é de tal forma complexo que à primeira vista não seduz ninguém. Como em todas as carreiras, há bons e maus profissionais, mas nem todas as outras carreiras exigem vocação e entrega total, resiliência e espírito de sacrifício, para além das necessárias qualidades técnicas, científicas e pedagógicas. Enfrentar, a uma segunda-feira de manhã, uma turma de adolescentes macambúzios do 8º ano, mal-dormidos, pouco atentos, desmotivados, agarrados ao telemóvel (dirão que não são todos assim, está claro!) não é igual a chegar a um escritório onde escudados pelo ecrã de um computador podemos muitas vezes resolver-nos a nós próprios sem que ninguém nos importune. Na escola, todo e qualquer assunto intimamente "nosso" fica naturalmente à porta da sala de aula. Depois do toque, a única matéria que importa são os 30 adolescentes, alguns deles ainda adormecidos, esparralhados nas cadeiras, que o professor tem de acordar, ensinar, motivar, compreender.. É preciso esforço, empenho total e dedicação à causa. O actual estatuto do aluno e do professor tem pouco de justiça e subtrai ao professor a autoridade necessária para resolver casos difíceis que acontecem diariamente nas escolas: se um aluno insultar um professor, coisa que infelizmente é comum, o professor queixoso terá de enfrentar uma bateria de procedimentos burocráticos de tal forma morosos que o empurram para o caminho mais fácil: ignorar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Numa sociedade como a nossa, em que tanto se fala de violência, aqueles miúdos vítimas muitas vezes de maus tratos familiares, trazem essa carga pesadíssima para a escola, território de absoluta impunidade, onde o "rei" manda desaprender, descomportar, ameaçar, violentar e pior: fazer com que tudo isso toque na corda mais sensível dos profissionais: a psicológica.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Revi há pouco o filme francês "A Turma" de Laurent Cantet, galardoado com a Palma de Ouro no festival de Cannes, em que seguimos um ano lectivo de um professor e da sua turma. A acção passa-se numa escola de um bairro problemático de Paris, espelho dos contrastes multiculturais dos grandes centros urbanos e é precisamente este o desafio: acompanhar o quotidiano de uma turma em que o poder do professor vai muito para além de ensinar: o professor tem de salvar ou quem morre é ele próprio.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nenhum país progride sem educação. Eu dou-me por satisfeita de pagar impostos e que estes impostos sirvam para financiar uma escola pública que eu quero cada vez melhor, mas atenção: a batalha diária desigual, difícil e extenuante dos professores nunca é falada e, se o fosse, era recebida pela maior parte da população com um vago encolher de ombros. Numa sociedade tão competitiva como a dos nossos dias, que precisa de rankings para estimular, elogiar e seleccionar as escolas, muitas vezes comparando realidades que não são comparáveis, os professores tudo fazem, substituindo com frequência os pais e sempre pelas melhores razões: criar o interesse e a curiosidade nos alunos, já que são estes os motores de arranque. As razões de um e outro lado nunca acabam, dariam muitas páginas de texto,; todavia, gosto de sublinhar este facto: aos 23 anos eu ainda tinha esperança na minha vocação, mas ao fim de apenas quatro percebi que perdera a batalha. Enquanto lemos este texto, nas escolas à nossa beira, os professores lá estão, de mangas arregaçadas, nas piores ou nas melhores condições. Julgo que toda a sociedade lhes devia estar grata. Os professores portugueses merecem a minha total admiração e respeito."</i><br />
Pois, a maior parte das pessoas descobriu agora que os professores têm grande capacidade de adaptação, sentido do dever e que, nesta situação, com todas as suas peculiaridades, têm feito "um grande esforço" para, à distância, continuar a acompanhar e apoiar os alunos, apesar das circunstâncias. Como se não tivesse sido sempre assim...<br />
Ser professor é uma das mais exigentes e sacrificadas profissões do mundo (talvez juntamente com a de médicos e enfermeiros), mesmo se até aqui poucos o reconheciam. Não sou dos que falam em "vocação", como se para ser professor fosse preciso alguma espécie de "chamamento". Prefiro a palavra "dedicação", a qual estou certa que corresponde ao trabalho da maior parte.<br />
Sei-o por mim, que fiz sempre o melhor de que fui capaz em todos os dias e horas em que estive nas salas de aulas, mas também pelo que observei na quase generalidade dos meus pares. Haverá sempre, como em todos os domínios, professores melhores e piores, alguns incompetentes e outros mais "baldas", assim como muitas vezes eles são vítimas de si próprios, inventando-se tarefas desnecessárias que não servem para coisa nenhuma, na ânsia de ser "mais papistas que o papa" e mostrar trabalho muito para lá do que lhes é pedido, ou só porque sim.<br />
Mas poupem-me: aquilo que agora tantos reconhecem e elogiam, não é mais nem menos do que os professores sempre fizeram, <i>malgré tout, </i>mas que ninguém queria ver.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-12150362066162226342020-04-05T19:34:00.003+01:002020-04-05T22:48:56.773+01:00Paulinho Maricas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnr8HTNQDS37eRRhJZIwNJiMiMJ0BJU4xRBwaGYOjNKqpG-bPvOCeDZa_6klkUgbuaHwLaQ203fAJLrdjyg_vWwW0OzX9gY8NzGq2IMyBjvbcCu9jY8yr4HFX09n6rGB0UjBdGAH4aL-pm/s1600/paulinho2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="284" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnr8HTNQDS37eRRhJZIwNJiMiMJ0BJU4xRBwaGYOjNKqpG-bPvOCeDZa_6klkUgbuaHwLaQ203fAJLrdjyg_vWwW0OzX9gY8NzGq2IMyBjvbcCu9jY8yr4HFX09n6rGB0UjBdGAH4aL-pm/s400/paulinho2.JPG" width="283" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando eu e a minha irmã éramos pequenas, todas as nossas bonecas tinham nomes acabados em -inho, apesar de em nossa casa os diminutivos nem serem, em geral, regra.</div>
<div style="text-align: justify;">
E entre todas as Rosarinhos, Teresinhas e Paulinhas, havia um boneco da minha irmã, - de resto muito parecido com o da imagem, - a que decidimos chamar, vá lá saber-se porquê, "Paulinho Maricas".</div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei que idades teríamos quando decidimos fazer aquele baptizado. Talvez uns quatro e cinco anos, ou até menos. Ainda me lembro do ar chocado de todos os familiares diante do nome ao qual não atribuíamos nenhum significado específico; ainda me lembro de nos dizerem repetidamente, "não digas isso, que não é uma palavra muito bonita". </div>
<div style="text-align: justify;">
E nós, na nossa genuína inocência, desconhecendo todas as conotações depreciativas que lhe estavam associadas, longe de imaginar que aquele nome conferia ao nosso boneco um qualquer carácter efeminado ou, pelo menos, medroso e cobardolas, insistíamos em chamar-lhe, simplesmente, "Paulinho Maricas."</div>
<div style="text-align: justify;">
Muito antes dos tempos do politicamente correcto, e agora que o termo quase caiu em desuso e foi substituído por outro(s), imposto(s) pela cultura anglo-americana dominante, ou começado(s ) por -p, o termo "maricas", para mim e para a minha irmã, para lá de todas as conotações que lhe estão associadas, transportar-nos-á sempre, inevitavelmente, para a nossa infância mais remota e para um sem fim de brincadeiras com o nosso "Paulinho". "Maricas", pois claro!</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-44900344413048495292020-01-22T14:10:00.002+00:002020-09-08T16:23:28.786+01:00As expressões das tias (I)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDv_tqNcCanlzyiH2PanlEvqUmZMNAOkBmcLl-Qm_vMLFaGFj1hEeqhKrUgRAuNhjcO787DbLT3k9UX_HvMW31bLPadjaKeFxnXhNIJ5icnQ02Q9JaV5ZdkM-6GHDuFKNwYkyePmQJ8jeb/s1600/tias2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="227" data-original-width="164" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDv_tqNcCanlzyiH2PanlEvqUmZMNAOkBmcLl-Qm_vMLFaGFj1hEeqhKrUgRAuNhjcO787DbLT3k9UX_HvMW31bLPadjaKeFxnXhNIJ5icnQ02Q9JaV5ZdkM-6GHDuFKNwYkyePmQJ8jeb/s400/tias2.jpg" width="287" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<div style="text-align: justify;">
Hoje, a palavra "tia" tem uma conotação negativa, associada a aparência, a presunção e a querer parecer o que não se é. Estupidamente, "ser tia" está agora mal visto e é considerado criticável, por ser esse sentido pejorativo que, de imediato, se nos impõe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas as tias de que falo são tias em sentido literal, isto é, o que elas sempre foram: as irmãs da nossa mãe e do nosso pai. Não são, pois, as que dizem "piqueno", "redículo", ou "olhe, tá a ver?", são antes as que, na nossa infância, ora nos enchiam de doces e beijos repenicados, ora nos ameaçavam com um seco e cortante: "vê lá se queres que eu chame o teu pai"...</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu e a minha irmã divertimo-nos muito, anos a fio, a dar cabo do juízo das nossas três tias, que com as peculiaridades próprias dos feitios de cada uma, eram os alvos mais apetecidos das nossas travessuras, partidas, e imaginação sem limites.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que elas tinham em comum, para além da paciência mais ou menos ilimitada para nos aturar e outras coisas que agora não vêm ao caso, era a utilização de expressões muito engraçadas, daquelas que hoje já quase ninguém usa. </div>
<div style="text-align: justify;">
Diziam, por exemplo, "andar na boa vai ela", o que era um misto de prazer e pecado. Significava divertir-se demasiado e, por isso, não cumprir as suas obrigações. Se as tias nos dissessem "tu gostas é de andar na boa vai ela" era sempre em tom de crítica, para nos fazer pensar "o que é que eu não fiz e deveria ter feito?"...</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas usavam muitas outras expressões do mesmo género, como "ser levado da breca". "Vocês parece que estão levadas da breca" queria dizer que já estávamos a ser demasiado insuportáveis, entre irrequietas, brincalhonas e difíceis de manter em silêncio e em sossego.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando hoje ouço alguma destas expressões, o que é raro, não posso impedir-me de ser transportada por momentos até esse tempo distante, com todos os seus defeitos e qualidades, amuos e meiguices, raspanetes e máximas solenes, ensinamentos e afectos vários, hoje perdidos no fundo da memória, fora da vida comum e do uso corrente, tal como se foram gastando, com os anos, as expressões das tias.</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-22191350325580307542019-12-17T12:12:00.001+00:002019-12-17T12:16:23.388+00:00A moda do "basicamente"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil7IBuPftwEUJ4nuslkKsBHmPc40gXbRe-GRNmfi5dxPdNQE9uEqXM4Bh9KpmRRqIqF34tIOzip7XzlTfDuqq06JR66bRduA8HV9u1EGsfi74gvFW1k-aJAUKQO-zG3pohR_94X00uST4c/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="188" data-original-width="268" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil7IBuPftwEUJ4nuslkKsBHmPc40gXbRe-GRNmfi5dxPdNQE9uEqXM4Bh9KpmRRqIqF34tIOzip7XzlTfDuqq06JR66bRduA8HV9u1EGsfi74gvFW1k-aJAUKQO-zG3pohR_94X00uST4c/s400/images.jpg" width="400" /></a></div>
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<div style="text-align: justify;">
Característicos do registo coloquial, os bordões linguísticos também vão tendo as suas modas. Ultrapassados o "pronto" e o "ó pá" e com o "tipo" e o "estás a ver" mais que interiorizados, não se restringindo apenas a uma determinada faixa etária ou grupo social, a última moda nesta matéria é agora a do "basicamente", a qual consiste "basicamente" em ir introduzindo esta palavra no meio das frases, esvaziada de sentido e apenas como auxiliar discursivo.<br />
A sua repetição excessiva torna-os, no entanto, uma eventual dificuldade para a percepção da mensagem e, apesar de ninguém estar imune a eles, quando o seu uso é exagerado, a questão pode tornar-se um pouco irritante, isto é, basicamente, "uma seca".</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-28609421456615793942019-11-19T15:56:00.004+00:002019-11-19T16:54:55.250+00:00Gato escondido com o rabo de fora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiztd2Xl_b3ZehCCRF4QCFSJXbntS0nnhuSEsWnTXGo-As3CPzMr2-8eyXwcECDv6Nw5sg7hyphenhyphenajr9yUErBX0qciiyaVLIRihKiGkC8fcr3xKeVC-EofhI9w1uusKApPupzUP7NRnKFTfmH5/s1600/examhall-0410101.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="344" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiztd2Xl_b3ZehCCRF4QCFSJXbntS0nnhuSEsWnTXGo-As3CPzMr2-8eyXwcECDv6Nw5sg7hyphenhyphenajr9yUErBX0qciiyaVLIRihKiGkC8fcr3xKeVC-EofhI9w1uusKApPupzUP7NRnKFTfmH5/s400/examhall-0410101.jpg" width="305" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Numa altura em que vários assuntos relacionados com a Educação estão na ordem do dia e em que se fala de indisciplina mais do que nunca, como se toda a gente tivesse "acordado" agora para um problema que tem décadas, continua a fazer-me confusão a grande quantidade de professores que reage sempre como se isso fosse apenas um problema dos outros, recusando-se a admitir ter problemas de indisciplina na sua sala de aula, como se confessá-lo fosse assumir publicamente uma qualquer espécie de fraqueza, uma inferioridade que os debilita como profissionais e como pessoas.<br />
Gabam-se, então, de nunca ter posto alunos na rua, ou nunca ter tido qualquer problema com os alunos, como se isso os engrandecesse face aos seus pares. É este tipo de comportamento, muito comum mesmo nas reuniões de conselhos de turma ou outras, o silenciamento de muitos casos por medo, pudor, encolher de ombros, gabarolice ou seja lá o que for, que leva depois os responsáveis a referir problemas de indisciplina "residuais", quando quem está nas escolas sabe que a realidade não é de todo essa.</div>
<div style="text-align: justify;">
É, de certo modo a isto que se refere o testemunho da professora C<i>armo Machado</i> na <a href="http://visao.sapo.pt/opiniao/bolsa-de-especialistas/2019-11-11-Testemunho-de-uma-professora-O-rei-vai-nu?fbclid=IwAR3xiOvQsSQryyAQPlyBQjVglWiZooS28znlZBiJoueIxLXiqknpGD3yIwE">"Visão"</a> do dia 11 deste mês, que diz, por exemplo o seguinte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Também eu já fui injuriada. A minha experiência profissional com três décadas de escola pública mostra que os alunos dos cursos profissionais são, em regra, mais indisciplinados do que os alunos dos cursos do ensino regular e que os do ensino básico provocam mais problemas que os do secundário. Porém, é tudo uma questão de sorte. Já me chamaram "filha da puta". Já entraram e saíram da sala com estrondo, aos pontapés e aos palavrões. Já me ameaçaram. Já amarrotaram e rasgaram testes corrigidos, atirando-os para o caixote do lixo, ali mesmo à minha frente. Todos os dias, dia após dia, há professores a passar por alguma situação de violência. São actos contínuos que vão corroendo a mente e o corpo. Num dia normal de trabalho, um professor lida com cerca de 90 a 120 alunos. Todos diferentes, sim! Mas também todos iguais na sua adolescência, na sua atribulada vida familiar, no seu (des)interesse pela escola, na sua (des)preocupação com as notas, na sua obsessão pelo telemóvel, na sua descoberta da sexualidade, na sua atitude de revolta</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não adianta fingir. Ninguém está imune. Acontece com todos, mesmo, ou até sobretudo, com os que dizem que não.<br />
E da mesma maneira que não aguento debates sobre Educação, onde os professores fazem sempre tristes figuras, enchendo a boca com os seus "projectos de sucesso", a sua "excelência" e a sua "missão", mascarando a realidade apenas "para ficar bem na fotografia", não tenho qualquer pachorra para este discurso do "comigo não é assim", porque "eu sou excelente".</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-4102844947114453072019-09-17T16:29:00.003+01:002019-09-18T08:53:34.375+01:00Levar uma "rebocada"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSG9k4MaDl3H-Ahkx9d5QXYhUnkhi04tPr-tRiJyRkyFSvDMec-iVIUm6ZBqcO2TQ371yAdzmqWFa_c6iPb7783E5xzJiQ9mmwEuQFOB_xWuo3DpiHqgtwPdM0fpIKUzNFuibw9PbFL4in/s1600/rebocar_parede.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSG9k4MaDl3H-Ahkx9d5QXYhUnkhi04tPr-tRiJyRkyFSvDMec-iVIUm6ZBqcO2TQ371yAdzmqWFa_c6iPb7783E5xzJiQ9mmwEuQFOB_xWuo3DpiHqgtwPdM0fpIKUzNFuibw9PbFL4in/s400/rebocar_parede.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há o "bode respiratório" e a "faca de dois legumes", a "casa germinada", a "ovelha ranhosa" e tantas outras corruptelas de expressões da língua portuguesa, numa extensa lista que adoro coleccionar.</div>
<div style="text-align: justify;">
A que tenho ouvido ultimamente com mais frequência, no entanto, é a que consiste em "levar uma rebocada", proferida pelas mais insuspeitas pessoas, licenciadas na sua maior parte, ou até com graus académicos superiores. </div>
<div style="text-align: justify;">
E, quando a ouço, na minha cabeça fica sempre a imagem da pessoa a ser "rebocada", como se de uma parede se tratasse, em vez de ouvir uma simples repreensão ou descompostura - uma rabecada, pois claro.</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-91831352849242620292019-01-23T15:55:00.002+00:002019-01-30T08:58:20.754+00:00Polémicas parvas<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg0_R4JP55kalgOEBtUk46qDNxkGze_2thLQRJHMZEQXAOmsncia-RDuaxB5-emMvyDM6yk5sXcHr5A2iPfh5Saef83uRN_1madDdJ3DSlqXE7k2X-6SHzRfj4f5UzEGNsdWIbtYeH2hcL/s1600/censura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg0_R4JP55kalgOEBtUk46qDNxkGze_2thLQRJHMZEQXAOmsncia-RDuaxB5-emMvyDM6yk5sXcHr5A2iPfh5Saef83uRN_1madDdJ3DSlqXE7k2X-6SHzRfj4f5UzEGNsdWIbtYeH2hcL/s400/censura.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Andam as redes muito indignadas com a "censura" de três versos de <i>Álvaro de Campos</i> num Manual de Português do 12º ano, que está em vigor pelo segundo ano consecutivo. Acho graça ao modo como estas coisas surgem, sem se saber bem de onde vêm, ou por que razão aparecem em determinada altura e não noutra qualquer. Mas, mais engraçado ainda, é apreciar o coro de indignações e opiniões mais ou menos inflamadas que estas polémicas geram, quando se desconfia que a maior parte das pessoas que se pronuncia sobre o assunto nem sabe bem do que está a falar. Se o tema é educação, então, a coisa agrava-se um pouco mais, pois esta é uma matéria sobre a qual toda a gente acha que tem alguma coisa a dizer.</div>
<div style="text-align: justify;">
A mim, tudo isto me dá vontade de rir. E calo-me, quase sempre. Esquecem, ou ignoram, os indignados, que a grande maioria dos textos que constam dos manuais de Português não surgem na sua versão integral e que os próprios programas prevêem, de resto, que de determinada obra se considerem apenas alguns excertos. Devemos falar de uma "censura" generalizada? Ou partir do princípio que caberá a cada professor escolher a(s) passagem(ns) a trabalhar com os alunos na impossibilidade de considerar "este mundo e o outro". Acreditando, naturalmente, que qualquer (bom) professor deverá ser capaz de despertar nos seus alunos a curiosidade de ir à procura de uma obra, texto ou autor que apenas referiu, ou analisou de maneira menos aprofundada. Isto digo eu, que até defendo as "Selectas Literárias" de antigamente, em vez dos actuais manuais, demasiado "dirigidos" para uma determinada leitura.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho graça, também, que muitos dos que agora se insurgem contra esta "censura" sejam os mesmos que defendem mais cortes nos Programas, sobretudo no que à Literatura diz respeito, por considerarem os textos demasiado "difíceis para os "meninos", defendendo mesmo, em casos extremos, que apenas os alunos de Humanidades deveriam conhecer as obras e autores portugueses, porque os de Ciências "não precisam disso".</div>
<div style="text-align: justify;">
Não ia pois falar deste assunto, que vai acabar por desaparecer como aconteceu com a polémica à volta do livro do <i>Valter Hugo Mãe</i>, de há dois anos, ou outras que tais. Mas encontrei por acaso um texto da <i>Elisa Costa Pinto</i>, ainda sobre esta questão, publicado no <i>Facebook</i> a 14 de Janeiro, e que me parece que vale a pena <a href="https://www.facebook.com/elisa.costapinto/posts/1178438052335094">ler na íntegra</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Diz isto, por exemplo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">(...) Seleccionar excertos de poemas ou de textos em prosa é um procedimento pedagógico-didáctico habitual e legítimo, desde que as supressões sejam devidamente assinaladas e não comprometam o sentido do texto. São, de resto, vários os textos de que o Programa sugere excertos ("Os Lusíadas", "Sermão de Santo António", "Amor de Perdição" são 3 exemplos).</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">(...)</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">Têm sido feitos cortes gravíssimos nos Programas, no que diz respeito à Literatura Portuguesa sem que nenhuma voz se tenha juntado à voz daqueles que sempre denunciaram esses cortes. O Programa actualmente em vigor repôs algumas das obras retiradas, mas já novas orientações da equipa ministerial actual se prepara para fazer mais cortes.</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">Pergunto aos agora indignados: fazem mais falta aos alunos as estrofes embaraçosas da "Ode Triunfal" ou os 3 fragmentos do "Livro do Desassossego", uma das obras mais representativas do Modernismo, internacionalmente lido e admirado?</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">Há disparates, mau gosto, insuficiências e erros pedagógico-didácticos gravíssimos em vários manuais escolares. Um pequeno exemplo disso é o questionário que acompanha precisamente a "Ode Triunfal" no manual em apreço. Alguém reparou nisso? Alguém se indignou? (...)</span></i></div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-69078281889763192352019-01-17T14:17:00.002+00:002019-01-18T09:26:47.423+00:00Histórias que coleccionam os professores (I)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiotHbZcF6OPSokgrzHL0iPXPaNdLw8nsD0QYrsDTgNE_jS4FVO32_bGw2YgeCs4P4iDN-54W8Chsg1JMgmUIcYPt6Yr-0WG8Gl8YvKkQBanuSuGJe1XWlp_nQLLywKWmAELZDlfWsT7PDP/s1600/d%25C3%25BAvida+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="625" data-original-width="625" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiotHbZcF6OPSokgrzHL0iPXPaNdLw8nsD0QYrsDTgNE_jS4FVO32_bGw2YgeCs4P4iDN-54W8Chsg1JMgmUIcYPt6Yr-0WG8Gl8YvKkQBanuSuGJe1XWlp_nQLLywKWmAELZDlfWsT7PDP/s400/d%25C3%25BAvida+2.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quem é professor, vai coleccionando ao longo do tempo um número infindável de episódios do quotidiano, que apesar de parecerem anedota, são, na verdade, bem reais. Já não falo dos erros comuns, como dizer que alguém é licenciado em "filosofia romântica" em vez de "filologia românica", muito recorrente nos últimos anos, mas de situações ainda mais caricatas, como a seguinte:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>I - Sexo oral?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
A história passou-se há cerca de dez anos, numa turma de 7º ano (alunos de 12 ou 13 anos, portanto). Enquanto decorria a aula, ouvi esta conversa entre duas alunas que conversavam baixinho. </div>
<div style="text-align: justify;">
- Ainda não percebi bem o que é sexo oral, - dizia uma delas. A outra, que era melhor aluna e claramente mais despachada, respondeu de imediato: </div>
<div style="text-align: justify;">
- Então, pensa lá bem: se expressão oral é uma pessoa falar, sexo oral, acho que é estar a fazer coisas e ir dizendo o que se está a fazer...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-23584736693765041192019-01-10T12:11:00.005+00:002023-09-13T15:46:38.464+01:00Poeta ou poetisa?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Z6vbtMSrgxNrOzH7XVnd-FM-4OJSOY5E4YWjGT1pnzf1fTCu01twWJvwY7mXrbSZI5CmxZPkpgzjZ-aHYcXwLc_OX8X3ySwMJRbc7Yjih9FqweQxziis3g7g6UZIP_2ps6_KKq0ikI_8/s1600/sophia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Z6vbtMSrgxNrOzH7XVnd-FM-4OJSOY5E4YWjGT1pnzf1fTCu01twWJvwY7mXrbSZI5CmxZPkpgzjZ-aHYcXwLc_OX8X3ySwMJRbc7Yjih9FqweQxziis3g7g6UZIP_2ps6_KKq0ikI_8/s400/sophia.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O feminino de "poeta" é "poetisa". Foi o que todos aprendemos e a verdade é que, apesar de tantas mudanças gramaticais, neste caso não houve qualquer alteração.</div>
<div style="text-align: justify;">
A questão é que, de há uns anos para cá, se começou a generalizar a designação de "poeta" mesmo no caso de se tratar de uma mulher; e generalizou-se a ideia (incorrecta) de que se trataria de um vocábulo uniforme quanto ao género. Desde então, e atendendo à espécie de "bagunça" que passou a ser o uso da língua, aceitando-se tudo e mais alguma coisa como certo, usam-se as duas opções e "poetisa" talvez esteja já a usar-se cada vez menos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Responsável por isto é em grande medida a poetisa <i>Sophia de Mello Breyner</i> que, considerando a palavra depreciativa, vá lá saber-se porquê, se intitulava a si mesmo "poeta", no masculino, contrariando as modas inversas, que defendem termos como "presidenta", ou "pilota".</div>
<div style="text-align: justify;">
Por mim, continuo a não conseguir ouvir dizer "a poeta" sem que se me ericem os pêlos, e jamais utilizo o termo referindo-me a alguém do género feminino. Chamem-me antiquada, se quiserem, mas não vou nestas "modernices", ou o que lhes quiserem chamar.</div>
<div style="text-align: justify;">
E não é por causa deste "deslize", que não considero <i>Sophia </i>uma das nossas melhores poetisas...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-82800799971318542802018-10-04T10:32:00.003+01:002018-10-04T10:36:15.466+01:00Escola inclusiva ou talvez não...<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2kEA7L6pkzvRx3mBm6v6vcxYNociLx_11YGPoe8UIqLMA2osAGu2gdvaehMARETQ00UH37Lb9SwewvoNjXOvpKM5URM0_20S5jzm96icLsBHswSbZflMgl2lxRQpDGFLLxLEqJFqIYVYf/s1600/0368a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="569" data-original-width="413" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2kEA7L6pkzvRx3mBm6v6vcxYNociLx_11YGPoe8UIqLMA2osAGu2gdvaehMARETQ00UH37Lb9SwewvoNjXOvpKM5URM0_20S5jzm96icLsBHswSbZflMgl2lxRQpDGFLLxLEqJFqIYVYf/s400/0368a.jpg" width="290" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
A questão da "escola inclusiva" é quanto a mim uma verdadeira falácia. E digo-o porque já há muitos anos que penso na questão. A ideia de misturar alunos com reais necessidades educativas, a necessitar de apoio especial e individualizado, em escolas e turmas de ensino regular é muito bonita em teoria, mas na realidade serve apenas para segregar ainda mais este tipo de alunos, acentuar o que os distingue dos outros e torná.-los infelizes, a eles e a quem tem de lidar com essa realidade diariamente. Pior é esta gente que chega ao Ministério de Educação cheia de "novas" ideias que são apenas velhas ideias "travestidas" e desata a fazer "experiências pedagógicas" com os alunos e os professores como cobaias sem se importar muito com os efeitos que elas possam ter sobre os principais implicados.<br />
Li ontem um interessante <a href="https://www.publico.pt/2018/10/03/sociedade/opiniao/a-grande-balburdia-a-que-chamam-inclusao-1845984?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoEducacao+%28Publico.pt+-+Educa%C3%A7%C3%A3o%29&utm_content=FeedBurner">artigo</a> sobre esta questão, cuja leitura recomendo. Diz isto, por exemplo:<br />
<i>Ter todos dentro da escola é um excelente princípio, que nenhum civilizado contesta. Mas os demagogos iludem, em nome do populismo pedagógico, a necessidade de dotar as escolas dos meios, humanos e materiais, para que ela seja uma via de inclusão. E mais que isso (ou pelo menos a par disso), a dura realidade da vida impõe que reconheçamos que uma escola igual para todos é uma abstracção utópica, inconciliável com a circunstância de termos muitos, à entrada, que nunca poderão ser iguais aos outros, lá dentro. Trabalhar a diversidade supõe, numa escola forçosamente orientada para as massas, sair, em situações extremas, dos ambientes de homogeneidade, voltando a eles quando seriamente for viável. Isso é perseguir a integração possível. Outra via, qual seja a de fingir que determinados alunos podem dar respostas que sabemos que nunca poderão dar, pedindo do mesmo passo aos restantes que fiquem parados, é (afirmação politicamente incorrecta) promover a exclusão dupla.</i><br />
<i>Ou a inclusão é pensada a partir das realidades dos alunos, ou a inclusão é pensada a partir do discurso dos teóricos. No primeiro caso, cabe à escola descobrir soluções. No segundo basta-lhe aceitar imposições. Difere o grau de responsabilidade política quando o que se faz é por ignorância ou por consciente demagogia. Mas a consequência para os que nasceram diferentes é a mesma: ficam para trás, em nome de uma falsa inclusão.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Pôr alunos destes juntos de outros com contextos e situações de aprendizagem muito diversos, em turmas enormes e com apoios que são mais no papel do que efectivos serve apenas para tranquilizar consciências, tal como aquelas pessoas que dão uma "esmolinha" a um pedinte, seja ele qual for, e ficam satisfeitas com isso, mas são indiferentes às reias necessidades de quem está mesmo ao seu lado. Assim, não vamos longe; não vamos, aliás, a lado nenhum...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-28139585661355551182018-09-17T11:18:00.001+01:002018-09-17T13:56:35.194+01:00Professores<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXAurdKiEhmLl_6DckPZ8m2yO_A22zs1ChRw9Qo8VelgO9LmY-_7rIDi4pfJ-C7dKMj2m3Z427t1SS_KszdJog0Ksuf6SKsm434keTZRgHURFlsZRenjwx_SCRxzuL42h2E1DZQRMUizzH/s1600/Dia-do-Professor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXAurdKiEhmLl_6DckPZ8m2yO_A22zs1ChRw9Qo8VelgO9LmY-_7rIDi4pfJ-C7dKMj2m3Z427t1SS_KszdJog0Ksuf6SKsm434keTZRgHURFlsZRenjwx_SCRxzuL42h2E1DZQRMUizzH/s400/Dia-do-Professor.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Agora que um novo"regresso às aulas" está iminente, toda a gente se lembra de falar nas escolas e nos professores, dizendo coisas mais ou menos pertinentes, ou tremendos disparates. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas no "Observador" de sexta-feira passada, dia 14 de Setembro, há um <a href="https://observador.pt/opiniao/um-outro-olhar-sobre-os-professores/">artigo</a> de <i>Teresa Espanssamdim</i>, que vale pena ler. Diz isto, por exemplo:<br />
<i><span style="color: #990000;">O enorme desgaste físico e emocional a que estão sujeitos, a perda de reconhecimento social, a precariedade laboral e falta de estabilidade familiar em que tantos vivem, a diversidade de perfis de estudantes e níveis de ensino com que têm de trabalhar acrescida da carga de tarefas burocráticas, a exposição constante de si mesmos perante grupos de crianças e de adolescentes tantas vezes indisciplinados, escrutinados e desvalorizados por pais e mães que por vezes se demitem das suas também responsabilidades educativas faz-me pensar acerca do auto-cuidado dos professores. Que condições encontrarão eles para assegurarem o seu bem-estar, se dedicarem ao seu desenvolvimento pessoal, cuidarem de si enquanto pessoas (...)?</span></i><br />
De facto, só quem já passou por isso ou é confrontado com essa dura realidade quotidianamente sabe como é complexa, absorvente e desgastante a profissão de professor. Não por causa das aulas e dos alunos em si, mas pelo que tem de se trabalhar em casa num número de horas sempre muito superior ao que o horário estabelece, pela quantidade excessiva de reuniões, que na maior parte dos casos não servem para coisíssima nenhuma, pela impossibilidade de "desligar", pelo <i>stress</i> constante de um dia gerido a toques de campainha que quase não deixa tempo para respirar. É por isso que é totalmente falsa a ideia mais ou menos generalizada de que os professores "têm muitas férias", ou que ganham muito. Isso justifica, com certeza, o facto de hoje quase não haver candidatos à profissão.<br />
Aos professores falta, acima de tudo, tempo. Precisam de tempo para si, para pensar, para em sossego poderem imaginar como tornar as suas aulas mais aliciantes e inovadoras. Há quem considere que os professores ao fim de um certo tempo já não preparam aulas; que lhes basta chegar lá e começar a dizer "umas coisas", como quem carrega num botão. Não é nada disso. Ninguém tem a noção do que significa ver 240 ou 300 testes a cada três meses, para além do cumprimento do seu horário de trabalho semanal. Ou das leituras que têm que se fazer e de número de horas necessário a uma preparação decente do trabalho diário.<br />
Depois, os professores, contrariamente a quase todos os outros trabalhadores, não podem ter férias a não ser em Agosto, com tudo o que isso implica de sítios sobrelotados e mais caros que no resto do ano. E têm os mesmos direitos que os outros trabalhadores, isto é, 22 dias de férias por ano. Quando as aulas terminam não ficam de férias: há os exames e as matrículas, a formação de turmas e os horários, e um sem número de trabalhos muito pouco pedagógicos e muito mais administrativos que são feitos por eles, o que não acontece em grande parte dos outros países.<br />
Também é falso o que dizem os "estudos" de origem duvidosa sobre os professores ganharem muito, os quais aparecem sempre em alturas-chave. Ora, em Portugal, um professor em fim de carreira tem um ordenado líquido que ronda os mil e setecentos euros, muito diferente dos valores que circulam na comunicação social e nas redes. Como é nos outros países? Em Espanha, só para dar um exemplo que está mesmo aqui ao lado, esse valor é o que ganha um professor primário. E por aqui, já se vê a diferença...<br />
Há, como em todas as profissões, pessoas incompetentes e incumpridoras, entre os professores. Mas tendo em conta as condições em que trabalham e tudo o que lhes é pedido, podemos considerar que a maioria faz verdadeiros milagres. Talvez porque, como acontece comigo, apesar de tudo, grande parte deles gosta do que faz e, mesmo dizendo-se "cansado" e "farto" muitas vezes, dá o melhor de si todos os dias. É pena que quem fala sem saber não o valorize como deveria.</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-46377309226024795942018-03-06T22:42:00.003+00:002018-03-07T00:45:42.501+00:00Não querer ver o óbvio...<div style="text-align: justify;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz9hFbvMKFYYl4uAVxsE_tX2x-CGSx1tpFuTVceOZST5SZ6o_qF-UbT2WyMBu7jU1iH7jW2huVQUMRPXOurb4EmuE941mtENFu5z0JMAj3Z8U2-0tqzu1r3zjhk6m-hyUIJiOyZR1VGIu3/s1600/2015-01-DESSIN-vousnousils-encr%25C3%25A9-03.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1060" data-original-width="1500" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz9hFbvMKFYYl4uAVxsE_tX2x-CGSx1tpFuTVceOZST5SZ6o_qF-UbT2WyMBu7jU1iH7jW2huVQUMRPXOurb4EmuE941mtENFu5z0JMAj3Z8U2-0tqzu1r3zjhk6m-hyUIJiOyZR1VGIu3/s400/2015-01-DESSIN-vousnousils-encr%25C3%25A9-03.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
É verdade que tenho sido um pouco negligente com "o meu mais novo", mas hoje decidi reanimá-lo, porque encontrei nas redes sociais um interessante texto de <i>Valter Hugo Mãe</i>, que até é um escritor que não aprecio. O texto já é antigo, foi publicado no Jornal de Letras, em 19 de Setembro de 2012 e diz, por exemplo, isto:</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">(...) A escola como mundo completo, podia ser esse lugar perfeito de liberdade intelectual (...) onde cada indivíduo se vota a encontrar o seu mais genuíno, honesto, caminho.(...)</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #990000;">Os alunos nascem diante dos professores uma e outra vez. Surgem de dentro de si mesmos a <span style="font-family: inherit;">partir do </span></span></i><span style="color: #990000;"><i><span style="background-color: white; font-size: 13px; text-align: start;"><span style="font-family: inherit;">entusiasmo e das palavras dos professores que os transformam em melhores versões.</span></span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , "geneva" , sans-serif; font-size: 13px;"> </span></i></span><i><span style="color: #990000;">(...) perseguir e tomar os professores como má gente é destruir a nossa própria casa. Os professores são extensões óbvias dos pais, dos encarregados pela educação de algum miúdo, e massacrá-los é como pedir que que não sejam capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos. (...) Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são fundamentais para melhorar os nossos miúdos, é o fim do mundo. (...) As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra. Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos. Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo. Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento. (...) E um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada. Está a suicidar-se.</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
É por isto e muito mais (porque toda a gente se permite opinar sobre o que não entende, por exemplo) que mesmo quem, como eu, gosta de ensinar, vai ficando farto. E não é dos alunos, nem das aulas. É de tudo o que está para além disso e faz com que se esqueça e desvalorize o essencial. É pena...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-76217768653650848822017-09-18T22:40:00.003+01:002017-09-18T22:47:40.636+01:00A importância da educação literária<div style="border: currentColor;">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpZ34tQklTHr-gDWXA4FV8C3865LxYLYXFY5BnNXVTECW15Exh-EeeRpygHU5rja56JF18Nky7RYoOsBif0Qhv4I1kc_D7ZZCkmXqzmMMo97sqQJStXvEMKPLMD_LlsYIeefXLjmWxJ1Mz/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="390" data-original-width="600" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpZ34tQklTHr-gDWXA4FV8C3865LxYLYXFY5BnNXVTECW15Exh-EeeRpygHU5rja56JF18Nky7RYoOsBif0Qhv4I1kc_D7ZZCkmXqzmMMo97sqQJStXvEMKPLMD_LlsYIeefXLjmWxJ1Mz/s400/image.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Por muito mal que digam de <i>Nuno Crato</i>, foi na verdade com este ministro que a educação literária voltou a assumir no ensino do português o papel fulcral que nunca deveria ter perdido.</div>
</div>
<div style="border: currentColor;">
<div style="text-align: justify;">
Haverá sempre os defensores do caminho facilitista, os que querem "nivelar por baixo" e que acham que a literatura é para as "elites", porque os textos são demasiado difíceis. Esta é a posição assumida, por exemplo, pela inenarrável <i>Associação de Professores de Português</i>, na qual a maior parte dos professores não se revê e cujas posições públicas sobre os mais variados assuntos nos fazem corar de vergonha.</div>
</div>
<div style="border: currentColor;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
Há hoje, de resto, uma tendência crescente para considerar que a literatura, em particular, e as Humanidades, a cultura e as artes, em geral, não servem para nada, ou têm uma importância menor, normalmente associada ao lazer e ao ócio e restrita a certos meios, ditos "intelectuais". Nada mais errado!</div>
</div>
</div>
<div style="border: currentColor;">
<div style="text-align: justify;">
Os que assim pensam e que defendem o utilitário e o pragmático, acreditando que apenas importa aprender a fazer coisas de uma forma mecânica, quase sem pensar, esquecem a visão crítica sobre o mundo que o ensino da literatura permite; esquecem que só a leitura conduz à escrita e que para escrever bem é preciso ler muito. E que a leitura ajuda à concentração, desenvolve a imaginação, proporciona emoção e permite a conservação de um património artístistico, histórico e cultural, formando cidadãos mais lúcidos, capazes de raciocínios mais consistentes, de maior sensibilidade, a consciência do valor da língua em todas as suas possibilidades e realizações e que, como alguém dizia no Sábado, julgo que talvez <i>Maria Alzira Seixo</i>, "a literatura não resgata o mundo, mas ajuda a compreendê-lo e a suportá-lo".</div>
</div>
<div style="border: currentColor;">
<div style="text-align: justify;">
Que "é através da literatura que a língua atinge a sua máxima realização" e que é importante "pensar a literatura num tempo em que impera o paradigma tecnológico" como dizia <i>António Carlos Cortez</i> em entrevista ao <i>DN</i> há três anos e alguns meses: "Quando retiramos a complexidade dos textos retiramos aos alunos a possibilidade de alcançarem uma maior amplitude intelectual. Hoje vemos que há toda uma geração que não sabe interpretar os conteúdos das mensagens que lhe são transmitidas, que não tem vocabulário para falar, nem para pensar. Há uma imaturidade generalizada nos jovens em consequência dessa imaturidade pressuposta por aqueles que acharam que os alunos eram incapazes de ler (...) <i>Alexandre Herculano</i> ou <i>Camilo Castelo Branco</i>. Foi a ditadura do banal imposta pelas Ciências da Educação e os seus bons sentimentos que levou à perda de uma geração inteira que não sabe escrever, que lê pouquíssimo, porque se patrocionou uma literatura infantil, uma literatura de entretenimento. (...) A propósito do provincianismo português <i>Fernando Pessoa</i> escreveu na revista <i>Águia</i> que todo o povo que é provinciano tem uma espécie de fetichismo da técnica. E os portugueses são assim. Substituíram a cultura por um hiperfascínio em relação a tudo o que é da ordem da máquina, do imediato, do concreto. (...) Há uma obsessão pelo pensamento estatístico e um decrescimento do pensamento crítico humanista (...) as gerações mais novas não podem viver reféns da ideologia do banal, do divertimento e do superflúo. As políticas educativas têm de dizer definitivamente "não" ao aventureirismo pedagógico e aos interesses partidários."<br />
Foi nesta linha que surgiram as metas curriculares e o regresso aos currículos de autores e textos literários fundamentais, através dos quais se ensina e aprende tanto do que que é essencial para a vida.</div>
</div>
<div style="border: currentColor; text-align: justify;">
Importa pois dotar as crianças e os adolescentes de uma consciência literária e linguística, mas não exagerar nos conceitos demasiados "técnicos" que, além da sua duvidosa utilidade, só servem para os afastar da disciplina de Português, cuja importância no currículo é crucial. O ensino do Português tem que se centrar na importância da leitura e da escrita, acima de tudo, na importância da reflexão e no desenvolvimento da argumentação e do espírito crítico. A preocupação não pode ser o imediatismo do exame, ou do programa. O que importa é ver mais longe e formar cidadãos mais conscientes e interventivos, capazes de observar o mundo criticamente e de ser mais felizes.<br />
É um desafio gigantesco e tão urgente quanto difícil. Mas que, certamente, vale a pena!<br />
<br />
(Escrito a 13 de Janeiro de 2014, <a href="http://isabelmouzinho.blogspot.pt/2014/01/a-importancia-da-literatura.html">este texto</a> é reeditado agora, no momento em que o governo socialista volta às duvidosas experiências pedagógicas - veja-se a flexibilização dos currículos, por exemplo - e em que, aos poucos, o facilitismo volta a instalar-se...)</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-22927039843587969832017-08-21T13:11:00.006+01:002017-08-21T23:21:32.441+01:00As "pedras no caminho"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4wac2nF5O-HhXFyHRZ3DSAcruMOknlPws2XrUCZzckvvztOpntSVhTM4z-uy5KR-QLRtAsTF93J0EZ74gIcFR2iShv1qsCCmk86CZ6nCjCsPosLhaxwLPTrjx4PZ1ezU-Fa83dTjbV48C/s1600/Pedras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4wac2nF5O-HhXFyHRZ3DSAcruMOknlPws2XrUCZzckvvztOpntSVhTM4z-uy5KR-QLRtAsTF93J0EZ74gIcFR2iShv1qsCCmk86CZ6nCjCsPosLhaxwLPTrjx4PZ1ezU-Fa83dTjbV48C/s400/Pedras.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Actualmente, a velocidade da informação que as novas tecnologias permitem leva a que se tenda a considerar verdadeiro tudo o que está na <i>internet,</i> à distancia de um<i> clic</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
O exemplo mais paradigmático deste fenómeno é a atribuição da frase "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo" a <i>Fernando Pessoa</i>, profusamente citada em tudo quanto é sítio, assim solta, ou integrada num poema intitulado "A coragem de Pessoa". Ora, qualquer conhecedor da obra de <i>Pessoa</i>, mesmo não sendo especialista, rapidamente perceberá que nem o estilo, nem a temática pertencem a este autor e mais depressa viria de um qualquer livro de auto-ajuda.</div>
<div style="text-align: justify;">
De resto, a própria casa <i>Fernando Pessoa</i> esclareceu o assunto nestes termos: <i>O poema em questão não é de Fernando Pessoa, coisa que poderia ser garantida à primeira leitura (pela escrita, pela ortografia). No Brasil, tanto na web como em papel impresso, circulam vários "poema apócrifos" assinados por Fernando Pessoa; muitas vezes os seus autores pretendem garantir algum reconhecimento através da utilização do nome do poeta - são, geralmente, textos de má qualidade e que, infelizmente, se multiplicam todos os dias. Qualquer "leitor mediano" da obra de Pessoa ou dos seus heterónimos se dá conta da mistificação e da falsificação. Fernando Pessoa não diz semelhantes patetices.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sendo relevante, a autoria da "famosa" frase parece pertencer a um <i>blogger </i>brasileiro, <i>Nemo Nox</i>, que a terá tornado pública em 2003. De resto, lendo o "poema" percebe-se de imediato uma construção sintáctica que pertence à variante brasileira do português.</div>
<div style="text-align: justify;">
Outra frase erroneamente atribuída a <i>Fernando Pessoa</i> é a que considera Portugal um "jardim à beira-mar plantado". Ora, a frase, que entrou na linguagem popular, é de facto da autoria de <i>Tomás Ribeiro </i>e está incluída no seu poema "A Portugal".</div>
<div style="text-align: justify;">
Já os versos "tudo vale a pena / se a alma não é pequena", esses sim, são de <i>Fernando Pessoa</i>, do poema "Mar Português", embora haja também quem considere que são de <i>Luís de Camões</i>, ou até que constituem um provérbio, com origem na sabedoria popular.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, acima de tudo acho que há que ter espírito crítico relativamente ao que se lê, vê e ouve por aí...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-71965437851459265502017-01-18T21:13:00.003+00:002017-01-18T21:16:10.533+00:00Ai Jesus...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Xs-oyMba9Wg/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Xs-oyMba9Wg?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O melhor programa de televisão de sempre sobre a Língua Portuguesa iniciou ontem mais uma série. É às terças pelas 21h. A não perder... Muito útil e instrutivo para Jorge Jesus, claro, e para toda a gente, também...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-14698222619254359412016-12-23T20:20:00.001+00:002016-12-23T20:21:31.549+00:00Natal; Noel; Navidad<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh14dFJkBZj0EhyphenhyphentiRyZ8Es9OQCwuHAsISEBTMO_4Ju9yZUnWMkKKk0HByk0tGB5Ov7pUut6AP6_QmxjePPBfd8WOZ875flZw2rndPTqHBHZHjRA6IekLep3zAVtrBdhP7HZBK2TImHz_-Q/s1600/ni%25C3%25B1os.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh14dFJkBZj0EhyphenhyphentiRyZ8Es9OQCwuHAsISEBTMO_4Ju9yZUnWMkKKk0HByk0tGB5Ov7pUut6AP6_QmxjePPBfd8WOZ875flZw2rndPTqHBHZHjRA6IekLep3zAVtrBdhP7HZBK2TImHz_-Q/s400/ni%25C3%25B1os.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<br />
<span style="font-size: large;"><b>A todos, Feliz Natal!...</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/2Dec9Jb_Ac4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/2Dec9Jb_Ac4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-62634514388667532532016-11-29T01:06:00.001+00:002016-11-29T01:06:46.899+00:00Modernices<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTsWIH7sCKHWJ7Hmd3GUogHzzfN09oozmMWKGzEEvSIZCreewTr_H8sot8zT1SlpPNRgnd8EAZHH5TMktvEsD8kSeyapYbi8y7niKMT_Z58GZWiOp-pSieQcSL0qzjefeZe9BOkTR77AD2/s1600/anglicismos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTsWIH7sCKHWJ7Hmd3GUogHzzfN09oozmMWKGzEEvSIZCreewTr_H8sot8zT1SlpPNRgnd8EAZHH5TMktvEsD8kSeyapYbi8y7niKMT_Z58GZWiOp-pSieQcSL0qzjefeZe9BOkTR77AD2/s400/anglicismos.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Há, actualmente, uma mania enervante e cada vez mais vulgarizada, que consiste em utilizar palavras em inglês em número crescente, como se isso adicionasse modernidade e cosmopolitismo ao discurso, de forma automática.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Refiro-me ao uso exacerbado de "lol(es)" e outras expessões similares e não menos irritantes, como "whatever", ou "wharever", ou na versão pimba "uórevare"; são os "outfit(s)" e os "styling(s)", as "true story" e muitos outros exemplos que se multiplicam até à exaustão e que poderia reproduzir aqui, mas nem vale a pena, tudo muito "fashion", claro está. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Na verdade, os que as utilizam a torto e a direito e às vezes até de forma extremamente cansativa e com isso se julgam muito moderninhos, ganhariam mais em aprender um pouco melhor o português que, em geral, dominam pouco e mal, em vez de assumir esta atitude acrítica de embasbacamento saloio perante tudo o que vem "de fora" e não é necessariamente melhor.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Admito, no entanto, que há casos pontuais em que uma determinada palavra de outra língua exprime melhor o que queremos dizer. É o que acontece, por exemplo, com a palavra <em>rentrée</em>, porque não há em português nenhuma palavra capaz de transmitir de forma tão forte e abrangente a infinidade de sentidos que ela encerra. Do mesmo modo, tenho tendência para utilizar mais facilmente um <em>te quiero</em>, tão cheio de luz e de vontade(s), tão carregado de desejo, em vez do nosso feíssimo "amo-te", quase desagradavelmente lúgubre do ponto de vista sonoro, cheio de vogais fechadas, como se se virasse para dentro. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Mas nisto, como noutras coisas, convém não exagerar!... Exprimir-se na sua língua não é sintoma de menoridade alguma. Bem pelo contrário.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
E afinal, digam o que disserem, o português é uma língua extremamente rica. Muito mais que o inglês, em todo o caso. E é nossa!</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-41451000765110062562016-09-03T00:42:00.001+01:002016-09-03T00:55:34.508+01:00Erros ortográficos insuportáveis<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYHavHAbS2720LmE2QsgfDnoYZMDLTRLpDpukDaV9Hkbrhd8Nd6ss1rqXcjNrPH_AjJuwpx9FRp0wN6qR3jIjSSMLlfYhyJ5zoWFChLiAOTtVGuqhDrL9dGWZf6D17UezdE_kMx0aIbGTs/s1600/gostar.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYHavHAbS2720LmE2QsgfDnoYZMDLTRLpDpukDaV9Hkbrhd8Nd6ss1rqXcjNrPH_AjJuwpx9FRp0wN6qR3jIjSSMLlfYhyJ5zoWFChLiAOTtVGuqhDrL9dGWZf6D17UezdE_kMx0aIbGTs/s400/gostar.png" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho profunda aversão por erros ortográficos. Ditos e escritos. Mas embirro particularmente com a utilização do imperfeito do conjuntivo que, frequentemente confundido com o presente do indicativo pronominalizado, aparece escrito assim: "<em>ficas-te</em> triste por me ter ido embora ou <em>gostas-te</em> de me ver partir?" em vez de "Ficaste"/ "gostaste".</div>
<div style="text-align: justify;">
E a conjugação do verbo haver, em afirmações deste tipo: "<em>haverão</em> outras coisas"; "Talvez <em>hajam</em> mais dias como este". Ora, o verbo haver, quando usado no sentido de existir, conjuga-se só na terceira pessoa do singular, nos vários tempos e modos (nada de haviam, houveram, haverão, haveriam, houvessem). Apenas como auxiliar, equivalente a ter, se conjuga em todas as pessoas. ("Eles nunca haviam encontrado nada de semelhante", por exemplo).</div>
<div style="text-align: justify;">
Diz aqui a senhora professora. E diz, também, qualquer gramática ou prontuário ortográfico, que podem (e devem) ser consultados quando há dúvidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, toda a gente deveria ter aprendido isto. Mas não parece...</div>
<div style="text-align: justify;">
Por mim, isto é tão grave que chega a ser motivo para acabar um namoro, por exemplo. Ou quase... É que não gosto mesmo nada de erros ortográficos, tal como não gosto de homens de sandálias, por exemplo. Apenas por uma questão de (bom) gosto...</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-44426624529829798512016-07-06T23:46:00.001+01:002016-07-06T23:51:56.292+01:00"Adorar muito" (ou exageros de amor e outras redundâncias...)<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3kuyKgnz0jaF_LwDEInw8stRjM1Qi4b7FiJSJsTiMdSOHnog3G1TUsr_fB4uXN_btSqG3MJxiuSCZaOB54f7W4VBThhdtaQfwK04uwYcBdgp0VCid8Bw1cSjsJzRbQt3GoaPo5Y2ZEBf0/s1600/cian%25C3%25A7as+beijo.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3kuyKgnz0jaF_LwDEInw8stRjM1Qi4b7FiJSJsTiMdSOHnog3G1TUsr_fB4uXN_btSqG3MJxiuSCZaOB54f7W4VBThhdtaQfwK04uwYcBdgp0VCid8Bw1cSjsJzRbQt3GoaPo5Y2ZEBf0/s400/cian%25C3%25A7as+beijo.gif" width="400" /></a></div>
<br />
Como se já não bastassem todos os "eu antes prefiro", os "encarar de frente", "eu disse-lhe a ele" e "eu pessoalmente", ou os ainda mais óbvios "subir para cima" e "entrar para dentro", há agora a nova moda do "adoro-te muito", que vai ganhando cada vez mais adeptos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lembro-me que foi na escola que comecei a ouvir os adolescentes "adorar muito" o que quer que fosse: do(a) namorado(a) à música do momento, passando pelo prato preferido, ou qualquer outra banalidade. Mas era sobretudo para manifestar um afecto excessivo que a expressão mais se aplicava.</div>
<div style="text-align: justify;">
Diversas vezes expliquei, com zelo e paciência, que adorar era sinal de um querer extremo, com um elevado grau de significação, não necessitando, por isso mesmo, de ser superlativizado. Porque a palavra em si mesma já indicia muito amor, uma estima desmedida, devotada, aproximando-se, até, da veneração.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nada a fazer! Hoje, os "adoro-te muito" alastraram como cogumelos e ouvem-se por todo o lado, ditos pelas mais insuspeitas criaturas, convencidas de que manifestam assim de modo mais expressivo e profundo a intensidade dos seus "sentires".</div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, amemo-nos muito, pouco, assim-assim ou loucamente, o que quisermos, mas se adoramos, isso já é tanto, que não precisa de ser "muito".</div>
<div style="text-align: justify;">
Há cada mania mais irritante!...<br />
<br />
(publicado pela primeira vez <a href="http://isabelmouzinho.blogspot.pt/2013/12/adorar-muito-ou-exageros-de-amor-e.html">aqui</a>)</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-76492044770868132402016-06-05T01:51:00.001+01:002016-06-05T01:52:35.866+01:00Utilidades<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig1LbMiURfvce2nRTXDOOdvJOwYM4c_woFyOShmVtzWtTov_i4MJ1sdfJFXnTZnrouX9Y16ct-uQ9d4_ryJF6r8RM05HKRpVvsDgnyLoS-URHgyeoO1Fj6bkaRJuRGWs-qMfyfdmuxgzR4/s1600/l%25C3%25ADnguas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig1LbMiURfvce2nRTXDOOdvJOwYM4c_woFyOShmVtzWtTov_i4MJ1sdfJFXnTZnrouX9Y16ct-uQ9d4_ryJF6r8RM05HKRpVvsDgnyLoS-URHgyeoO1Fj6bkaRJuRGWs-qMfyfdmuxgzR4/s400/l%25C3%25ADnguas.jpg" width="400" /></a></div>
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Num país onde toda a gente tem a mania que fala muito bem línguas estrangeiras - sendo isso verdadeiro ou nem por isso -, e se importa muito pouco com a sua língua materna, aqui ficam dez frases que podem ser úteis, sobretudo nos próximos dias, quer para os que partem para "fora de portas", quer para os que ficam para receber quem nos visita, com a nossa tão afamada "hospitalidade", que nos leva a oferecer ajuda constantemente a qualquer estrangeiro, até mesmo aos que não a querem.</div>
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E depois, aprender inglês nunca é demais...<br />
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1- <i>Put yourself into the eye of the street</i> (Põe-te no olho da rua)<br />
2- <i>Do you want me to make you a drawing?</i> (Queres que te faça um desenho?)<br />
3- <i>Don't strech yourself!</i> (Não te estiques!)<br />
4- <i>You are getting wood to burn yourself</i> (Estás a arranjar lenha para te queimares)<br />
5- <i>Lower the little ball!</i> (Baixa a bolinha)<br />
6- <i>I am in the inks</i> (Estou-me nas tintas)<br />
7- <i>Go comb monkeys!</i> (Vai pentear macacos!)<br />
8- <i>Now the female pig twists her tail</i> (Agora é que a porca torce o rabo)<br />
9- <i>Are you armed in a racing mackerel?</i> (Estás armado em carapau de corrida?)<br />
10- <i>There is no bread for crazy people over here</i> (Não há cá pão para malucos)</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-37000013540544218802016-04-27T22:14:00.005+01:002016-04-28T00:48:06.285+01:00Dois anos sem o Vasco<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFub0JjwJkpuKEOGWvgtIG-Vlqkr3iA5pI1QEp_IR7d2R1t-4sd6Kg1hW3vIgtwUonKPlQWoar4TfH0eMGA7X7oToDlQu1tZzsK5DNUaXihKkjtJPY1p7HQWj16rMP37pgDJBGPzVdOb5W/s1600/Vasco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFub0JjwJkpuKEOGWvgtIG-Vlqkr3iA5pI1QEp_IR7d2R1t-4sd6Kg1hW3vIgtwUonKPlQWoar4TfH0eMGA7X7oToDlQu1tZzsK5DNUaXihKkjtJPY1p7HQWj16rMP37pgDJBGPzVdOb5W/s400/Vasco.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Há dois anos, este foi um dia triste, porque o "Príncipe das Letras", como tão justamente lhe chamaram, nos deixou cedo demais. É sempre cedo demais para ver partir aqueles de quem gostamos, porque mesmo que nos fiquem as lembranças e as palavras, sobra a saudade e não é nunca a mesma coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, faz falta à sua família e amigos mais chegados, naturalmente, mas também ao país e ao mundo; e, acima de tudo, faz falta à língua portuguesa que tanto e tão bem defendeu e cuja luta é agora quase só vazio e esquecimento, encolher de ombros, deixar andar. Ah, a falta que o Vasco faz...</div>
<br />
<i>O suporte da música pode ser a relação</i><br />
<i>entre um homem e uma mulher, a pauta</i><br />
<i>dos seus gestos tocando-se, ou dos seus</i><br />
<i>olhares encontrando-se, ou das suas</i><br />
<i><br /></i>
<i>vogais adivinhando-se abertas e recíprocas,</i><br />
<i>ou dos seus obscuros sinais de entendimento,</i><br />
<i>crescendo como trepadeiras entre eles.</i><br />
<i>O suporte da música pode ser uma apetência</i><br />
<i><br /></i>
<i>dos seus ouvidos e do olfacto, de tudo o que se</i><br />
<i>ramifica entre os timbres, os perfumes,</i><br />
<i>mas é também um ritmo interior, uma parcela</i><br />
<i>do cosmos, e eles sabem-no, perpassando</i><br />
<i><br /></i>
<i>por uns frágeis momentos, concentrando</i><br />
<i>num ponto minúsculo, intensamente luminoso,</i><br />
<i>que a música, desvendando-se, desdobra,</i><br />
<i>entre conhecimento e cúmplice harmonia.</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div style="text-align: center;">
(Vasco Graça Moura)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O Acordo é uma barbaridade, feita inconsiderada e precipitadamente, mantida por obstinação e teimosia, e conducente a um resultado exactamente oposto ao pretendido.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
(Entrevista ao <i><a href="http://expresso.sapo.pt/cultura/vasco-graca-moura-o-escritor-que-nao-acreditava-na-inspiracao=f867400">Expresso</a></i>. 26.05.2012)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-40946319604955808982016-04-21T15:09:00.003+01:002016-04-21T16:15:31.633+01:00"As seras humanas" do Bloco<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRk2oTzaCZNwICiWqU0hPyj_QBLJCZkEPRptLScIQpydKTbrNUrHXs5z4kAwxMV2eU3rMgPmzIbju_ymGcNqHzUKk7cQJNPSSG7_BuVpDvB6Q2lZoP05bzrhf4jYFjzaCP-VfBbwZWHTU3/s1600/Catarina-Martins-Joana-Mort%25C3%25A1gua-Mariana-Mort%25C3%25A1gua-Marisa-Matias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRk2oTzaCZNwICiWqU0hPyj_QBLJCZkEPRptLScIQpydKTbrNUrHXs5z4kAwxMV2eU3rMgPmzIbju_ymGcNqHzUKk7cQJNPSSG7_BuVpDvB6Q2lZoP05bzrhf4jYFjzaCP-VfBbwZWHTU3/s400/Catarina-Martins-Joana-Mort%25C3%25A1gua-Mariana-Mort%25C3%25A1gua-Marisa-Matias.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Sobre o assunto que tem estado na ordem do dia mais recentemente e que na comunicação social como nas redes sociais já "fez correr muita tinta", num capítulo do que é ser português que poderia intitular-se "simplesmente ridículo", destaco o artigo de <a href="http://www.jn.pt/opiniao/nuno-melo/interior/simplesmente-ridiculo-5136456.html">Nuno Melo</a>, hoje, no <i>JN, </i>o qual tem, precisamente, este título.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vale a pena lê-lo todo, mas deixo aqui apenas alguns excertos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: blue;">Catarina Martins não gosta do cartão do cidadão. Acha-o atentatório da igualdade de género, sexista, discriminatório. E por isso o BE - extraordinário que é na definição da escala de prioridades políticas - propõe-se gastar milhões para que se escreva cidadania onde, ao que parece, o masculino oprime.</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: blue;">Alguém diga à coordenadora do BE para meter a mão ao bolso - não para relevo da despesa - mas simplesmente para agarrar no cartão que a identifica na função parlamentar. Verá que nele se lê "Cartão do Deputado", na expressão imposta pelo "Estatuto dos Deputados", que o BE aprovou sem rebuço. Em nenhum lado se lê "Cartão do Parlamentarismo" ou "Estatuto do Parlamentarismo"</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: blue;">(...) quando quiser usar da palavra notará que o Regimento da Assembleia da República só utiliza o substantivo masculino, no singular ou no plural, "Deputado" ou "Deputados". E no seu art.º 12º dispõe sobre "o presidente da Assembleia da República", que por acaso teve uma mulher, Assunção Esteves, no cargo, com a incumbência de dirigir os trabalhos e de substituir interinamente "o presidente da República", termo que a Constituição da República, por seu lado, exclusivamente consagra.Consta que o BE candidatou sem drama à função Marisa Matias, outra mulher. (...)</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: blue;">O impulso bloquista ajuda a perceber que o absurdo também tem votos. Mais grave, contudo, é saber-se que a proposta faz igualmente sentido ao PS. Não tanto porque o cartão tenha surgido por decisão do Governo do cidadão José Sócrates, que António Costa quererá ver longe da fotografia. Antes sim, porque um partido que foi fundador da democracia se mostra assim completamente subordinado a uma extrema-esquerda de que depende para sobreviver no poder, transfigurando-se ao ponto de fazer sua uma agenda ridícula, feita de nada. (...)</span></i><br />
<i><span style="color: #990000;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda a este respeito, poderia, naturalmente,citar outros textos que vale a pena ler. O de Pedro Correia no <i><a href="http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/por-uma-constituicao-livre-de-lingugem-8376888">Delito de Opinião</a></i>, ou mesmo antes, em Fevereiro, o de Miguel Esteves Cardoso, no <i><a href="https://www.publico.pt/sociedade/noticia/calemse-1723007">Público</a></i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não é necessário. Enfim, depois do piropo, faltava agora isto. E o que, provavelmente, ainda nos falta ver...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Entretanto, parece que nesta pretensão bloquista não alinha o PCP. Haja quem tenha bom senso, mesmo do lado da "geringonça". E haja paciência, de todos nós...)</div>
Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8402977884967948944.post-52041815188965253312016-04-14T23:05:00.001+01:002016-04-14T23:06:22.496+01:00Boas Notícias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ74Wehvmy3BFDKkwK9TAZUj15K22jyG9Ni4ddLi0XOogGhDKWQ9_K8iLqlkSLVGT8XNubAJrkY-4WGpxTw6E1m3fiq5ds1qXSP0r4RYicgydLxvmkCDCVye26_HicMtBWM12HmXYLWSTQ/s1600/verbo+haver.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ74Wehvmy3BFDKkwK9TAZUj15K22jyG9Ni4ddLi0XOogGhDKWQ9_K8iLqlkSLVGT8XNubAJrkY-4WGpxTw6E1m3fiq5ds1qXSP0r4RYicgydLxvmkCDCVye26_HicMtBWM12HmXYLWSTQ/s400/verbo+haver.jpg" width="400" /></a></div>
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Soube hoje que uma nova série do programa "Cuidado com a Língua" está já a ser gravada. É o melhor programa sobre o Português alguma vez feito em televisão no nosso país, muito esclarecedor e educativo, sobretudo nesta fase em que o AO veio piorar ainda mais os maus tratos que lhe são dados todos os dias. E depois, tem <i>Diogo Infante</i> e a voz maravilhosa de <i>Maria Flor Pedroso.</i> Muitas razões para não o podermos deixar de ver.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/v0NrZR-apCQ/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/v0NrZR-apCQ?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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Isabel Mouzinhohttp://www.blogger.com/profile/11264467553300934847noreply@blogger.com0